Inadimplência

Provisão para Devedores Duvidosos (PDD): controle e soluções

Mulher se apresentando em um ambiente corporativo, pronta para uma reunião de negócios, com bloco de notas na mão e oferecendo um cumprimento.

Um dos maiores desafios de qualquer empresa é garantir um fluxo de caixa saudável. Atrasos de clientes, pagamentos que não chegam e a necessidade de capital de giro são dores que você enfrenta diariamente.

Para lidar com isso, é essencial ter ferramentas de gestão que ajudem a prever e mitigar riscos. Uma dessas ferramentas é a Provisão para Devedores Duvidosos (PDD). Mas o que exatamente ela significa e como você pode usá-la para blindar sua empresa?

O que é PDD e qual sua função?

A Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) é uma reserva financeira. Ela serve principalmente para proteger uma empresa contra prejuízos causados pela inadimplência de clientes.

A provisão, inclusive, é registrada no balanço patrimonial da empresa para refletir de forma realista os valores a receber. Em outras palavras, a PDD é uma precaução contábil que pode te ajudar a se prevenir de falhas no recebimento de créditos.

Só que a PDD pode agregar ainda mais à sua empresa: afinal, também contribui para uma gestão mais transparente, pois permite que o seu empreendimento tenha uma visão clara da situação financeira. 

Por exemplo: em setores que costumam oferecer crédito aos consumidores — caso do segmento de varejo —, um bom cálculo de PDD pode ajudar o seu negócio a evitar surpresas que custam caro ao fluxo de caixa.

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Quais são os desafios da gestão da PDD?

Um desafio é a complexidade de prever perdas causadas pela inadimplência. Afinal, fatores externos impactam a capacidade de pagamento das pessoas, como mudanças no cenário econômico, uma instabilidade política (e suas crises consequentes) ou mesmo variações no comportamento do consumidor.

Sem falar em índices já alarmantes. Ainda que o número tenha caído nos dois últimos meses, o Brasil ainda tem 43% da sua população adulta endividada. São mais de 73 milhões de pessoas.

Além disso, a inadimplência impacta as receitas e o capital de giro das empresas. Com tantas ameaças ao redor, e sem um planejamento adequado, a repentina falta de recursos pode comprometer operações cotidianas ou inesperadas, como:

  • Compra de insumos;
  • Pagamento de fornecedores;
  • Despesas emergenciais.

Dessa maneira, ter uma gestão de crédito pautada pela PDD pode auxiliar no controle de efeitos negativos gerados por clientes inadimplentes.

PDD na contabilidade: como funciona?

Na contabilidade, a PDD é registrada como uma conta redutora do ativo no balanço patrimonial. Ou seja, ela diminui o valor total das contas a receber, garantindo que o valor apresentado seja o mais realista possível. 

Para a sua empresa, a PDD é uma despesa não-caixa, registrada no balanço patrimonial para ajustar o lucro líquido. Isso garante que a empresa só considere como lucro o que ela realmente tem chance de receber.

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PDD ou PCLD: qual a diferença?

Embora as duas siglas sejam frequentemente usadas como sinônimos, a diferença está na formalidade da terminologia. PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) é a sigla mais comum e utilizada no dia a dia das empresas. 

PCLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) é o termo técnico, mais frequentemente encontrado em documentos contábeis e no setor financeiro. O conceito e a aplicação, no entanto, são exatamente os mesmos.

Ambos os termos se referem à mesma prática: separar uma parcela do dinheiro que a empresa tem a receber para se proteger contra a possibilidade de calote.

Como calcular a PDD?

Para fazer o cálculo da PDD é necessário precisão técnica e também uma compreensão do contexto financeiro e operacional da empresa. Para chegar ao resultado mais alinhado à realidade do seu negócio, você pode explorar dois métodos muito comuns: percentual sobre as vendas e envelhecimento de contas a receber.

Confira, abaixo, como funciona cada um deles.

Método de percentual sobre as vendas

Simples e popular, o método de percentual sobre as vendas exige a aplicação de uma porcentagem fixa sobre o total de vendas a prazo, baseada na sua experiência com clientes que não honraram seus compromissos.

Como funciona:

  • A empresa analisa o histórico de inadimplência para determinar uma taxa média de perdas;
  • A taxa é aplicada sobre o valor total das vendas a prazo do período atual.

Por exemplo: se a taxa média de inadimplência for de 2% e as vendas a prazo somarem R$1.000.000, a PDD será de R$20.000.

É interessante observar que, embora simples e prático para dar um padrão consistente de inadimplência, o método pode não refletir mudanças recentes no comportamento do mercado ou dos clientes e desconsidera a qualidade individual de cada conta a receber.

Como resultado, não oferece muita precisão no cálculo da PDD.

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Método de envelhecimento de contas a receber

Essa abordagem é mais detalhada e considera o tempo de atraso das contas a receber. Elas são classificadas por faixas de tempo (30, 60, 90 dias etc.), e uma porcentagem de perda é aplicada a cada faixa a partir da probabilidade de recebimento. Funciona assim:

  • As contas a receber são agrupadas por período de vencimento;
  • Para cada faixa, é aplicada uma taxa de perda estimada. Por exemplo:
    • Contas com até 30 dias de atraso: 1% de perda;
    • Contas com 31 a 60 dias de atraso: 5% de perda;
    • Contas com mais de 90 dias de atraso: 20% de perda.

Com isso, o valor total da PDD é a soma das perdas estimadas em cada faixa, o que oferece uma visão mais detalhada sobre o risco de inadimplência. Porém, demanda um controle ainda mais rigoroso das contas a receber — consequentemente, exige um planejamento financeiro completo.

Quais fatores influenciam o cálculo da PDD?

Como o cálculo da PDD se baseia em uma estimativa dependente de diversos fatores variáveis, vale a pena acompanhá-los continuamente. E, a seguir, vamos entender como cada um desses elementos vai afetar a sua PDD.

1. Histórico de inadimplência

O histórico de inadimplência é o registro de dados sobre o comportamento de pagamento dos clientes — um fator importante para projetar tendências futuras.

Para fazer seu histórico, considere:

  • Taxa média de inadimplência de um período específico (como os últimos cinco anos);
  • Variações sazonais (períodos de alta inadimplência em crises econômicas, por exemplo);
  • Setores ou clientes específicos que apresentam mais risco financeiro.

2. Análise de risco de crédito

A análise de risco de crédito avalia a capacidade de pagamento dos clientes antes de conceder crédito — e é um critério de muito impacto, considerando que 91% dos consumidores já tiveram ao menos um pedido negado por instituições financeiras.

Para a sua análise ser imparcial, justa e precisa, inclua:

  • Processo de consulta aos bureaus de crédito, como Serasa e SPC;
  • Avaliação do score de crédito dos clientes;
  • Análise do fluxo de caixa e da saúde financeira do solicitante.

3. Cenário econômico

Fatores como recessão, inflação alta ou desemprego elevado podem aumentar a inadimplência. Sua equipe pode, então, monitorar:

  • Indicadores macroeconômicos, como PIB, taxa de desemprego e inflação;
  • Mudanças nas políticas monetárias e fiscais;
  • Eventos externos, como crises globais e pandemias.

4. Setor de atuação

Alguns setores são naturalmente mais suscetíveis à inadimplência devido à natureza de seus negócios. Por exemplo:

  • Varejo e sua alta exposição a clientes finais, que podem ter menor capacidade de pagamento;
  • Construção civil, com projetos de longo prazo com pagamentos parcelados.

Serviços, que têm alta dependência de contratos recorrentes e que, subitamente, podem ser cancelados.

5. Políticas internas de crédito

As políticas internas de crédito da empresa também influenciam o cálculo da PDD. Afinal de contas, uma política restritiva pode reduzir o risco financeiro, mas aumenta o risco de limitar as vendas. Por sua vez, uma política mais flexível pode melhorar a relação com os clientes, mas eleva o risco de inadimplência.

O equilíbrio existe, justamente, em uma avaliação mais detalhada, que pode percorrer as seguintes informações:

  • Critérios específicos para a aprovação da concessão de crédito;
  • Limites de crédito estabelecidos para cada perfil de cliente;
  • Processos de cobrança e recuperação de dívidas bem definidos.

Quais são as melhores práticas para reduzir o risco de crédito?

Sua gestão financeira vai ser beneficiada se, além da PDD, você planejar boas práticas para reduzir o risco de crédito. E o trabalho pode ser coordenado com algumas boas práticas, como:

  • Implementação de políticas de compliance financeiro: seguir normas e regulamentações financeiras à risca reduz riscos legais e operacionais, além de aumentar a confiança de investidores e parceiros;
  • Uso de ferramentas de gestão de risco para monitorar e prever riscos de crédito em tempo real — como Vadu ou Idwall — e, assim, identificar padrões de inadimplência e ajustar estratégias de cobrança;
  • Análise de crédito rigorosa e municiada por mais fatores (internos e externos) para conferir precisão às decisões;
  • Diversificação da carteira de clientes para equilibrar a carteira de recebíveis.

Devedores duvidosos e o risco de crédito

Lidar com devedores duvidosos é um problema comum. Eles representam não apenas uma perda financeira, mas também um dreno de tempo e recursos para sua equipe de cobrança. Para minimizar esse risco, uma das estratégias mais eficazes é a gestão proativa do crédito.

Isso inclui:

  • Avaliação de crédito robusta: antes de fechar um negócio, faça uma análise minuciosa da capacidade de pagamento do cliente;
  • Monitoramento constante: fique de olho no comportamento de pagamento dos seus clientes ao longo do tempo;
  • Comunicação clara: estabeleça prazos de pagamento claros e envie lembretes antes do vencimento;
  • Incentivos para pagamentos antecipados: oferecer descontos para clientes que pagam antes do prazo pode ser uma estratégia eficaz.

Leia também: Liquidez empresarial: estratégias financeiras para obtê-la

Soluções do Daniele Banco para lidar com a inadimplência

Mesmo com as melhores práticas de gestão, a inadimplência ainda é uma possibilidade. É aqui que soluções financeiras inovadoras, como as oferecidas pelo Daniele Banco, podem fazer a diferença. Somos uma instituição focada em soluções de crédito personalizadas, entendendo a sua necessidade de fluxo de caixa e capital de giro.

Nossas soluções podem ajudar você a transformar contas a receber em dinheiro vivo de forma ágil e segura, reduzindo os riscos e liberando sua equipe para focar no crescimento do negócio.

Antecipação de recebíveis

Com a antecipação de recebíveis, você transforma as contas a receber da sua empresa (duplicatas, cheques, etc.) em dinheiro. Em vez de esperar 30, 60 ou 90 dias para receber de seus clientes, o Daniele Banco antecipa o valor, garantindo que você tenha o capital de giro necessário para cobrir despesas, fazer investimentos ou aproveitar novas oportunidades.

Essa solução ajuda a melhorar o fluxo de caixa, permitindo que você lide com a instabilidade do mercado de forma mais eficaz e elimine a dor de ter parte do seu negócio alavancado com demandas urgentes de liquidez.

Cobranças simples (trustee)

O serviço de cobrança simples, o Daniele Banco assume a responsabilidade pela cobrança dos títulos de crédito. Você vende suas contas a receber e nós cuidamos da gestão da cobrança. Isso alivia a pressão sobre sua equipe e reduz os custos operacionais com esse processo.

Operações estruturadas

As operações estruturadas são soluções financeiras personalizadas que se adaptam às necessidades de cada empresa.

Com isso, podemos ajudar a melhorar a gestão de riscos e o controle da PDD por meio de alternativas que se adaptam às características do seu negócio e para enfrentar os mais variados desafios financeiros.

Nota comercial de crédito

A Daniele Banco emite uma nota comercial de crédito para o mercado de capitais, usando seus recebíveis como garantia. Isso é uma forma segura e eficiente de levantar capital, com condições flexíveis e competitivas.

Banner do Daniele Banco destacando recursos para empresas com soluções de capital de giro por garantia de bens imobiliários e aplicações financeiras.

Aumente sua eficiência financeira com PDD e Daniele Banco!

Você sabe que o sucesso de uma empresa está diretamente ligado à sua capacidade de gerenciar riscos e garantir um fluxo de caixa saudável. A PDD é uma ferramenta poderosa para a sua contabilidade, mas a verdadeira solução para a inadimplência e a falta de capital de giro está em ações proativas e parcerias estratégicas.

A Daniele Banco está aqui para ser essa parceira. Nossas soluções personalizadas, como a antecipação de recebíveis, são uma alternativa viável e eficiente aos métodos tradicionais de financiamento, ajudando você a resolver as dores do seu negócio sem as restrições e altas taxas de juros.

Se você precisa de uma gestão de cobranças mais eficaz ou de acesso rápido a capital de giro, a Daniele Banco tem a resposta para a sua empresa. Nossas soluções são desenhadas para que você não precise mais se preocupar com a inadimplência e possa focar no que realmente importa: o crescimento e a sustentabilidade do seu negócio.

Entre em contato com o Daniele Banco para entender como nossas soluções podem transformar a gestão financeira da sua empresa.

Perguntas frequentes

1. A provisão para devedores duvidosos é ativo ou passivo?

A PDD é uma conta redutora do ativo. Ela é registrada no balanço patrimonial para diminuir o valor total das contas a receber (ativo circulante), refletindo a real expectativa de recebimento.

2. A provisão para créditos de liquidação duvidosa é dedutível do Imposto de Renda?

Sim, em alguns casos. A dedução de despesas com PCLD para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é permitida, mas deve seguir as regras estabelecidas pela Receita Federal, como o tempo de atraso dos títulos e o tipo de devedor.

3. O que são devedores duvidosos?

São clientes que compraram a prazo de sua empresa e, por alguma razão, não efetuaram o pagamento dentro do prazo de vencimento. O termo “duvidosos” significa que há uma incerteza sobre o recebimento da dívida.

4. A PDD é obrigatória para todas as empresas?

Não é obrigatória, mas é uma prática contábil recomendada para qualquer empresa que faça vendas a prazo. Ela é essencial para que as demonstrações financeiras reflitam a realidade financeira do negócio, oferecendo maior transparência para investidores e credores.

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