O que são os Regimes Cambiais e quais os tipos?

Você sabe quem determina e como acontecem as transações financeiras entre os países?

Os regimes cambiais possuem diversos tipos e atuam de forma muito presente na vida de todos os cidadãos, mesmo aqueles que não fazem transações com outras nações, pois as taxas de câmbio refletem nos preços dos produtos nas prateleiras do mercado e em diversos outros lugares.

Quem nunca ouviu falar que o pacote de arroz estava caro por que o dólar subiu?

Se você quer saber como isso acontece e como impacta sua vida, continue lendo esse artigo até o final!

O que é o Regime Cambial?

O regime cambial é o conjunto de regras e acordos que determinam como ocorre o regime de taxas de câmbio e as regulamenta.

Em outras palavras, o sistema cambial determina a forma de atuação no mercado de câmbio, a gestão de reservas internacionais e todas as regras para a movimentação de capital.

E como tudo isso começou? A história do regime cambial em território brasileiro toma partida com a chegada de Dom João VI e pode ser separada em três períodos:

No primeiro, tem-se a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808 e estende-se até a Grande Depressão, em 1929. Nessa época as nações deveriam manter paridades fixas em relação ao ouro, contudo somente as mais ricas conseguiam. Até 1970, o controle cambial foi intenso em todo o mundo. Tendo taxas oficiais fixas, limites por operações e muitos impostos.

Pulando algumas décadas e indo para quando Plano Real foi criado, em 1994, para administrar a crise que começou nos anos 80, o Brasil adotou o regime de câmbio fixo e foi quando o real ficou o mesmo valor do dólar. Já de 1995 a 1999, houve o regime de banda deslizante, quando o Banco Central estabeleceu os limites de variação da taxa.

E apenas em 1999 foi quando o câmbio flutuante foi adotado. Esse período, até hoje, é marcado pela liberdade econômica das taxas cambiais.

Sendo assim, os bancos e instituições financeiras não sofriam intervenção do Banco Central para as transações, apenas quando há situações extremas e o governo precisa controlar a inflação, por exemplo.

Tipos de Regime:

- Câmbio Fixo (1994)

O câmbio fixo é um tipo de regime cambial que fixa a taxa de câmbio de um país e estabelece o valor da moeda nacional, referenciando-a em uma moeda estrangeira.

Para evitar que o preço flutue, o Banco Central deve comprar e vender sua moeda nacional no mercado de câmbio em troca da moeda estrangeira que está se baseando.

Esse tipo de regime é utilizado, principalmente, para lidar com uma economia instável e para reduzir o risco de investimento da nação e dos investidores.

Nesses casos, o câmbio fixo é estabelecido antes de começar a instabilidade da moeda nacional, ajudando a conter a inflação. E isso ocorre porque um clima instável no país, seja crises políticas, econômicas ou qualquer coisa que afete o poder econômico da nação, não é bem-visto principalmente por investidores internacionais, fazendo o país perder dinheiro e contratos.

- Câmbio "Deslizante" (1995-1999)

Também chamado de banda cambial, é o regime no qual o Banco Central define o máximo e mínimo de uma moeda, ou seja define os seus limites de flutuação.

De forma artificial, assim como o câmbio fixo, sempre que a taxa sair desse limite, o governo deve intervir e comprar ou vender moeda estrangeira.

Esse tipo de regime cambial serve principalmente para conhecer a previsibilidade de uma moeda, além de obrigar o governo a revisar todo o contexto econômico e suas oscilações periodicamente para atender aos parâmetros internos e externos.

- Câmbio Flutuante (de 1999 até hoje - câmbio atual)

O câmbio flutuante, utilizado até hoje em território brasileiro, é quando o governo deixa que as moedas oscilem livremente, a partir da relação de oferta e demanda. Em algumas exceções pontuais, o governo pode fazer pequenas intervenções, como comprar e vender moeda.

Como aqui é utilizada a lei da oferta e demanda, é o regime cambial que mais demonstra o valor real de uma moeda, já que não há um valor artificial para comandá-la, apenas interesses econômicos.

E sem o controle do governo para controlar suas variações, pode-se tomar outras medidas para o controle da inflação. Um claro exemplo são os dias atuais. Como a inflação brasileira está alta, o governo decidiu mais uma vez aumentar a taxa Selic para que pudesse ter algum tipo de controle inflacionário e calibrar os preços de produtos essenciais para a população.

Como o Câmbio Flutuante impacta em negociações e importações/exportações no exterior.

O dólar é um parâmetro muito importante para a comparação de outras moedas. Em outras palavras, para saber a importância de uma moeda deve-se comparar o seu valor em relação ao dólar.

Sendo assim, muitos produtos são comercializados em dólar. Dessa forma, se a moeda do seu país está desvalorizada, importar alguma coisa pode custar caro. E do outro lado, se você for exportar, seu produto sairá muito barato e você terá pouco lucro. Esse exemplo é um dos maiores impactos que o câmbio flutuante, tendo essa volatilidade, pode trazer para um negócio.

Por isso, é muito importante acompanhar todos os fatores que podem trazer a instabilidade da moeda nacional para o mercado, como por exemplo, conflitos políticos.

E sabendo desses fatores e suas projeções, acompanhando notícias e o cenários nacional, é importante para o empreendedor ter uma boa saúde financeira e fazer o planejamento de suas importações e exportações para poder ter sucesso em seu negócio.

Quais são os benefícios do câmbio flutuante e suas desvantagens?

A principal vantagem que se pode dizer do câmbio flutuante é que o governo não necessita gastar seu orçamento e reservas financeiras para conseguir manter o controle, como acontece nos dois outros regimes.

A consequência disso é que a nação tem uma proteção maior para os cofres públicos, uma vez que não serão enviados recursos para esse isso e poderão ser contornados para outros problemas e emergências de um país.

Outra grande vantagem é para evitar a artificialização da diferença cambial. Como dito anteriormente, essa é a melhor forma de conhecer o valor de uma moeda, já que não há gastos do governo envolvidos no meio.

Já as desvantagens, a principal é a incerteza do comércio e sua volatilidade. Como esse regime é dirigido pela lei da oferta e demanda, as moedas mudam de valor diariamente e são influenciadas por inúmeros fatores e notícias, tanto nacionais quanto internacionais.

Outro ponto importante a mencionar é que o câmbio flutuante exigiu que as transações financeiras fossem melhoradas, exatamente para evitar grandes perdas para os clientes por conta dessa volatilidade do mercado, o chamado risco cambial.

Conclusão

Se você acompanhou o artigo até aqui, pode conhecer o que é um sistema cambial, que consiste em todo o conjunto que dita sobre as moedas e transações mundiais.

Além disso, aprendeu sobre os seus tipos, que consistem em 3: sendo 2 deles ditados de forma artificial, tendo o governo como grande controlador do preço do câmbio e suas taxas. E o terceiro que atua de forma mais livre e pela oferta e demanda, mudando seus preços diariamente. Este também é o tipo de regime que atua no território brasileiro atualmente.

Por fim, como o câmbio flutuante é o sistema atual, conferimos suas vantagens e desvantagens, que giram em torno de sua liberdade, garantindo que investidores possam conhecer o valor real de uma moeda. E pelo lado negativo, sua volatilidade é um fator para se prestar atenção, já que pode interferir no fechamento de projetos.

E também é importante saber qual o impacto desse regime em seu próprio negócio, pois se ele interfere até mesmo no preço dos alimentos, com toda certeza irá interferir no seu empreendimento.

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