O que é o Regime Cambial?
O regime cambial é o conjunto de regras e acordos que determinam como ocorre o regime de taxas de câmbio e as regulamenta.
Em outras palavras, o sistema cambial determina a forma de atuação no mercado de câmbio, a gestão de reservas internacionais e todas as regras para a movimentação de capital.
E como tudo isso começou? A história do regime cambial em território brasileiro toma partida com a chegada de Dom João VI e pode ser separada em três períodos:
No primeiro, tem-se a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808 e estende-se até a Grande Depressão, em 1929. Nessa época as nações deveriam manter paridades fixas em relação ao ouro, contudo somente as mais ricas conseguiam. Até 1970, o controle cambial foi intenso em todo o mundo. Tendo taxas oficiais fixas, limites por operações e muitos impostos.
Pulando algumas décadas e indo para quando Plano Real foi criado, em 1994, para administrar a crise que começou nos anos 80, o Brasil adotou o regime de câmbio fixo e foi quando o real ficou o mesmo valor do dólar. Já de 1995 a 1999, houve o regime de banda deslizante, quando o Banco Central estabeleceu os limites de variação da taxa.
E apenas em 1999 foi quando o câmbio flutuante foi adotado. Esse período, até hoje, é marcado pela liberdade econômica das taxas cambiais.
Sendo assim, os bancos e instituições financeiras não sofriam intervenção do Banco Central para as transações, apenas quando há situações extremas e o governo precisa controlar a inflação, por exemplo.
Tipos de Regime:
– Câmbio Fixo (1994)
O câmbio fixo é um tipo de regime cambial que fixa a taxa de câmbio de um país e estabelece o valor da moeda nacional, referenciando-a em uma moeda estrangeira.
Para evitar que o preço flutue, o Banco Central deve comprar e vender sua moeda nacional no mercado de câmbio em troca da moeda estrangeira que está se baseando.
Esse tipo de regime é utilizado, principalmente, para lidar com uma economia instável e para reduzir o risco de investimento da nação e dos investidores.
Nesses casos, o câmbio fixo é estabelecido antes de começar a instabilidade da moeda nacional, ajudando a conter a inflação. E isso ocorre porque um clima instável no país, seja crises políticas, econômicas ou qualquer coisa que afete o poder econômico da nação, não é bem-visto principalmente por investidores internacionais, fazendo o país perder dinheiro e contratos.
– Câmbio “Deslizante” (1995-1999)
Também chamado de banda cambial, é o regime no qual o Banco Central define o máximo e mínimo de uma moeda, ou seja define os seus limites de flutuação.
De forma artificial, assim como o câmbio fixo, sempre que a taxa sair desse limite, o governo deve intervir e comprar ou vender moeda estrangeira.
Esse tipo de regime cambial serve principalmente para conhecer a previsibilidade de uma moeda, além de obrigar o governo a revisar todo o contexto econômico e suas oscilações periodicamente para atender aos parâmetros internos e externos.
– Câmbio Flutuante (de 1999 até hoje – câmbio atual)
O câmbio flutuante, utilizado até hoje em território brasileiro, é quando o governo deixa que as moedas oscilem livremente, a partir da relação de oferta e demanda. Em algumas exceções pontuais, o governo pode fazer pequenas intervenções, como comprar e vender moeda.
Como aqui é utilizada a lei da oferta e demanda, é o regime cambial que mais demonstra o valor real de uma moeda, já que não há um valor artificial para comandá-la, apenas interesses econômicos.
E sem o controle do governo para controlar suas variações, pode-se tomar outras medidas para o controle da inflação. Um claro exemplo são os dias atuais. Como a inflação brasileira está alta, o governo decidiu mais uma vez aumentar a taxa Selic para que pudesse ter algum tipo de controle inflacionário e calibrar os preços de produtos essenciais para a população.
Como o Câmbio Flutuante impacta em negociações e importações/exportações no exterior.
O dólar é um parâmetro muito importante para a comparação de outras moedas. Em outras palavras, para saber a importância de uma moeda deve-se comparar o seu valor em relação ao dólar.
Sendo assim, muitos produtos são comercializados em dólar. Dessa forma, se a moeda do seu país está desvalorizada, importar alguma coisa pode custar caro. E do outro lado, se você for exportar, seu produto sairá muito barato e você terá pouco lucro. Esse exemplo é um dos maiores impactos que o câmbio flutuante, tendo essa volatilidade, pode trazer para um negócio.
Por isso, é muito importante acompanhar todos os fatores que podem trazer a instabilidade da moeda nacional para o mercado, como por exemplo, conflitos políticos.
E sabendo desses fatores e suas projeções, acompanhando notícias e o cenários nacional, é importante para o empreendedor ter uma boa saúde financeira e fazer o planejamento de suas importações e exportações para poder ter sucesso em seu negócio.
Quais são os benefícios do câmbio flutuante e suas desvantagens?
A principal vantagem que se pode dizer do câmbio flutuante é que o governo não necessita gastar seu orçamento e reservas financeiras para conseguir manter o controle, como acontece nos dois outros regimes.
A consequência disso é que a nação tem uma proteção maior para os cofres públicos, uma vez que não serão enviados recursos para esse isso e poderão ser contornados para outros problemas e emergências de um país.
Outra grande vantagem é para evitar a artificialização da diferença cambial. Como dito anteriormente, essa é a melhor forma de conhecer o valor de uma moeda, já que não há gastos do governo envolvidos no meio.
Já as desvantagens, a principal é a incerteza do comércio e sua volatilidade. Como esse regime é dirigido pela lei da oferta e demanda, as moedas mudam de valor diariamente e são influenciadas por inúmeros fatores e notícias, tanto nacionais quanto internacionais.
Outro ponto importante a mencionar é que o câmbio flutuante exigiu que as transações financeiras fossem melhoradas, exatamente para evitar grandes perdas para os clientes por conta dessa volatilidade do mercado, o chamado risco cambial.
Conclusão
Se você acompanhou o artigo até aqui, pode conhecer o que é um sistema cambial, que consiste em todo o conjunto que dita sobre as moedas e transações mundiais.
Além disso, aprendeu sobre os seus tipos, que consistem em 3: sendo 2 deles ditados de forma artificial, tendo o governo como grande controlador do preço do câmbio e suas taxas. E o terceiro que atua de forma mais livre e pela oferta e demanda, mudando seus preços diariamente. Este também é o tipo de regime que atua no território brasileiro atualmente.
Por fim, como o câmbio flutuante é o sistema atual, conferimos suas vantagens e desvantagens, que giram em torno de sua liberdade, garantindo que investidores possam conhecer o valor real de uma moeda. E pelo lado negativo, sua volatilidade é um fator para se prestar atenção, já que pode interferir no fechamento de projetos.
E também é importante saber qual o impacto desse regime em seu próprio negócio, pois se ele interfere até mesmo no preço dos alimentos, com toda certeza irá interferir no seu empreendimento.
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